Japão aumenta medidas de emergência nuclear após desastre
A Agência de Segurança Nuclear do Japão começou a elaborar medidas de emergência nuclear após os graves danos sofridos na usina de Fukushima pelo terremoto de 11 de março, que incluem a construção de novos muros de contenção de tsunami e portas herméticas.
Em um documento entregue nesta segunda-feira à imprensa na sede da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), ligada às Nações Unidas, a agência propõe a prevenção de desastres como o de Fukushima antecipando a altura das ondas de um tsunami de grandes proporções.
Em um documento entregue nesta segunda-feira à imprensa na sede da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), ligada às Nações Unidas, a agência propõe a prevenção de desastres como o de Fukushima antecipando a altura das ondas de um tsunami de grandes proporções.
Koichiro Nakamura, subdiretor da agência japonesa, explicou à imprensa que os muros de contenção em Fukushima foram concebidos para frear um maremoto de sete metros de altura, mas as ondas de 11 de março superaram os 14 metros.
Ele acrescentou ainda que no futuro o governo verificará as medidas tomadas para melhorar a segurança das usinas atômicas no Japão.
ANÁLISES
A agência anunciou também que se esforçará para "compreender todos os aspectos do acidente, incluindo o mecanismo inicial do tsunami que assolou a região, e analisará a situação para tomar medidas de correção drásticas e fundamentais".
O catálogo de medidas também prevê evitar danos ao núcleo do reator e às piscinas que contêm o combustível usado e altamente radioativo, entre outros, mediante fontes alternativas de abastecimento elétrico e usando água do mar para refrigeração, uma técnica aplicada com pouca eficiência em Fukushima.
O documento também inclui a construção de muros de contenção em centrais localizadas no litoral, suficientemente altos para impedir a entrada de água do mar, assim como de portas herméticas nas instalações da usina.
APELO À EUROPA
Nesta segunda-feira o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, pediu calma à União Europeia (UE) e uma "resposta racional" para as importações de alimentos japoneses, disse o ministro de Relações Exteriores do país em um comunicado.
Kan conversou por telefone com o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, e disse que o Japão continuaria a fornecer com a "máxima transparência" informações sobre os acontecimentos na usina nuclear de Fukushima, danificada pelo terremoto seguido de tsunami de 11 de março.
Muitos países suspenderam ou restringiram a importação de alimentos do Japão depois que a tragédia afetou a usina, provocando o vazamento de radiação às áreas próximas. A UE pediu testes de radiação para as importações de alimentos e rações do Japão.
ÁGUA CONTAMINADA
Mais cedo, a Tokyo Electric Power Company (Tepco), companhia operadora da usina nuclear de Fukushima Daiichi, anunciou que irá despejar no mar cerca de 11.500 toneladas de água radioativa acumuladas nas instalações da central.
Um porta-voz da Tepco afirmou que "cerca de 10.000 toneladas de água depositada nas piscinas e 1.500 toneladas atualmente nos reatores 5 e 6" serão despejadas no oceano Pacífico.
A fonte indicou que a concentração de radioatividade na água em questão é cem vezes maior que o limite legal, o que considerou relativamente baixa.
"Não temos outra opção senão despejar essa água contaminada no oceano como medida de segurança", disse à televisão local o porta-voz do governo, Yukio Edano.
O objetivo da operação é abrir espaço nesses lugares para poder transferir para ali a água com uma radioatividade ainda mais elevada que inunda os prédios de turbinas dos reatores 1, 2 e 3, e que dificulta seriamente os trabalhos dos operários da Tepco para resfriá-los.
Notícia UOL
Cristóvão Lopes
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