A reportagem da VEJA desta semana (‘DNA Para Todos’, 27 de abril) me chamou a atenção. Ela fala do lançamento do novo sequenciador de DNA a um custo que poderá tornar os testes genéticos acessíveis a muitos consultórios.
Na semana anterior, a revista Pediatrics (18 de abril) publicou uma reportagem acerca da atitude dos pais em relação a testes genéticos na pediatria para doenças comuns de adultos, o que demonstra que esses exames estão se popularizando cada vez mais.
Por enquanto, esse novo equipamento permitirá analisar genes já conhecidos mas em um futuro próximo será capaz de analisar o genoma completo. Descobrir se temos mutações ou variações em nossos genes vai se tornar cada vez mais fácil, mas entender o seu significado não é trivial.
Quem vai interpretar os resultados? “Achei uma mutação no seu DNA, ou na de seu filho, mas não sei o que isso significa” Será que vamos ajudar as pessoas ou corre-se o risco de que isso vire um grande comércio gerando novas angústias, principalmente nos hipocondrìacos? Estamos preparados para isso?
E os pais? Vão querer testar seus filhos? É o que discute uma pesquisa americana recente liderada pelo cientista Kenneth Tercyak , da Universidade Georgetown em Washington.
O que pensam os pais acerca de testes genéticos pediátricos para doenças comuns?
Para responder a essa pergunta, foram entrevistados 219 pais que responderam a um questionário sobre a sua atitude em relação a submeter seus filhos a um teste genético múltiplo para estimar o risco de virem a desenvolver oito doenças comuns de adultos: câncer de colon, pele e pulmão, colesterol aumentado, osteoporose, cardiopatia, hipertensão e diabetes tipo 2. Os pais tinham que decidir acerca dos benefícios versus riscos (ou aspectos negativos) em submeter seus filhos a esses testes preditivos. A enquete mostrou que 51% dos pais eram a favor de testar os filhos .Segundo eles a informação poderia resultar em uma melhoria na manutenção da saúde, prevenção de doenças e outros benefícios pessoais durante a infância e no futuro de suas crianças.
Entretanto o Dr. Tercyak chama a atenção para o que eu tenho repetido constantemente: a dificuldade em interpretar os resultados dos testes genéticos. Segundo ele, um resultado em uma criança apontando um aumento de risco poderia causar reações negativas entre pais e filhos sem trazer nada de positivo.
Quais seriam então os benefícios dos testes preditivos?
É interessante lembrar que uma pesquisa recente publicada na revista New England Journal of Medicine mostrou que os resultados de testes acerca de riscos genéticos em adultos não os influenciaram em aspectos como ansiedade, hábitos alimentares ou atividade física. Ou seja, os autores concluem que a informação acerca dos resultados desses testes genéticos não teve efeito psicológico, comportamental ou clínico nos consumidores, pelo menos a curto prazo. E mais ainda: o artigo comenta que apenas 10% dos médicos nos Estados Unidos têm conhecimento suficiente para entender o significado de um teste genético.
Se os resultados dos testes genéticos não influenciam os adultos, por que testar crianças?
Apesar disso, o lançamento de seqüenciadores de DNA de baixo custo indicam que haverá uma proliferação de testes genéticos para adultos e a tendência é que migrem para a área pediátrica. E se o resultado genético mostrar que seu filho não tem risco aumentado de ter altos níveis de colesterol, obesidade ou hipertensão? Isso garante a seu filho que ele será um adulto saudável e ele poderá então ser liberado para comer de tudo sem restrições e sem praticar exercícios físicos?
Não há contra indicações
Levar uma vida saudável, com uma alimentação balanceada e atividades esportivas, respeitando sempre a vocação e o limite de cada criança, é a receita que deve ser prescrita a todos, independentemente de riscos genéticos. Todo mundo sabe disso. Não há contra-indicações. E se as crianças quiserem, poderão se submeter a exames genéticos quando forem jovens adultos. Portanto, para que os testes de DNA preditivos?
Por Mayana Zatz
Indicado por: Guilhardo Martins
Fonte: Veja / Abril
Cristóvão Lopes
Cristóvão Lopes
Deve-se levar em consideração os aspectos positivos e negativos da situação, visto que os testes não influenciam os adultos. Dessa forma, não acredito que seja necessário submeter as crianças a um teste que, se assim desejarem, poderão fazer na fase adulta. A sociedade não está preparada para tamanha mudança. Aline Romão*
ResponderExcluirComo Mayana mencionou, o que fará uma criança bem é uma alimentação saudável e não um tipo de exame que detectará o que ela deve comer. E como Aline disse, a sociedade não está preparada para isso, só por causa de um exame você deve dar uma boa alimentação pro seu filho? Não mesmo! É desnecessário esse sequenciador de DNA já que devemos cuidar dos nossos filhos desde sempre. José Carlos.
ResponderExcluirÉ uma boa mudança, mas é gradativa.No momento há dificuldade em interpretar os resultados os testes, mas é óbvio que é uma questão de tempo pra que isso mude.
ResponderExcluirA grande questão é saber lidar com isso, se você soubesse que seu filho poderia ter altos índices de colesterol, seria melhor pra controlar. Quem não gostaria de saber sobre o quê poderá ser tratado futuramente? O preço de tudo é “saber conviver com isso”, o que eu acho que é um preço baixo a se pagar. É uma questão de bom senso, só porque não há indíces não quer dizer que é peciso abusar, porque se pode fazer não significa que tem que fazer ...
Não acho necesssário submeter crianças a realizar os testes preditivos, pois a maioria dos médicos não estão capacitados para anlizar tais testes, além disso os pais podem ficar frustados ao descobrir que seu filho tem uma mutação genética mas eles não sabem o que isso pode significar.
ResponderExcluirQuando os médicos( em sua totalidade) conseguirem analizar e detectar as possíveis doenças que a criança venha desenvolver no futuro, os testes preditivos podem até funcionar, mas a princípio não.
Vivianne Evelyn
Bom, tal método pode ter grandes resultados para as famílias ricas, onde teria acesso às prevenções e a tratamentos psicológicos, caso houvesse dificuldade de lidar com a situação. Porém, o Brasil é um país subdesenvolvido, maior parte da população é pobre, famílias com baixa qualidade de vida, ficariam desesperadas ao saber os resultados e tendo a noção de que não poderiam fazer nada, pois, não existem recursos financeiros suficientes para lidar com tal situação. Realmente não existe necessidade e nem preparação suficiente para essa mudança.
ResponderExcluirEmilly Leite
Creio que de certa forma pode ajudar, pelo fato de quanto mais rapido for descoberta tal doença ficaria mais "facil" tratala. Mas com isso, vem o fato do contragimento que uma criança pode ter durente sua vida.
ResponderExcluirnão é necessário fazer esse teste,porque assim a criança vai ficar complexada pelo resultado do exame e vai acabar deixando de fazer muitas coisas que ela tem vontade, por medo ou por nao saber o que realmente elas tem.
ResponderExcluirLarissa Soares
Bom, tal método pode ter grandes resultados para as famílias ricas, onde teria acesso às prevenções e a tratamentos psicológicos, caso houvesse dificuldade de lidar com a situação. Porém, o Brasil é um país subdesenvolvido, maior parte da população é pobre, famílias com baixa qualidade de vida, ficariam desesperadas ao saber os resultados e tendo a noção de que não poderiam fazer nada, pois, não existem recursos financeiros suficientes para lidar com tal situação. Realmente não existe necessidade e nem preparação suficiente para essa mudança.
ResponderExcluirEU ACHO Q NAUM SE DEVE FAZER ISSO COM UMA CRIANÇA PQ SEMPRE OS PAIS VAO ESTA PREOCUPADO COM AS DOENAÇAS Q PODERAM AFETAR A CRIANÇA E ANTES MSM DELA SE MANNIFESTA DARIAM REMDEIO . E COMO SERIA VIDA DESSA CRIANÇA ? SERA Q TERIA UMA INFANCIA NORMAL? NUMCA DEVEMOS QUERE SABER DO FUTURO PQ SEMPRE NOS ENGANAMOS EO FUTURO SO PERTENCE A DEUS
ResponderExcluirNAO SABEMOS QUANDO VAMOS MORRER MAIS SABEMOS Q UM DIA VAMOS MORRER!